Estudo da Escola de Mídia e Jornalismo da Universidade do Norte da Carolina (UNC) mostra, por exemplo, que a venda de jornais e as fusões entre publishers aumentaram nos últimos cinco anos. Em paralelo, mais de 1,8 mil jornais locais norte-americanos encerraram suas operações desde 2004.
A empresa resultante da união entre Gannett Co. e GateHouse Media controlaria, segundo Ken Doctor, do Nieman Lab, 265 títulos diários – um de cada seis nos Estados Unidos –, com uma circulação total de cerca de 9 milhões de leitores. Ao todo, a companhia controlaria 667 jornais norte-americanos, de acordo com o site Axios, no caso de nenhum título ser fechado após a fusão.
Para muitos analistas, a concentração – algo, em geral, visto com reservas por reduzir a competitividade – neste caso é considerada uma alternativa melhor que os fechamentos de jornais em meio à crise do setor, segundo o Axios. Ao contrário de algumas fusões recentes em radiodifusão e telecomunicações, especialistas não acreditam que o acordo causaria preocupações regulatórias, porque as empresas não se sobrepõem nos principais mercados.
"Acho que essas duas empresas ainda representam uma pequena porcentagem da publicação de notícias e não vejo nelas qualquer preocupação antitruste", diz David Chavern, CEO da News Media Alliance, instituição resultante da Newspaper Association of America (NAA) que reúne mais de 2 mil veículos de imprensa dos Estados Unidos e do Canadá. Chavern afirma ainda que a provável fusão faz parte do movimento dos jornais de notícias locais, drasticamente afetados pelo duopólio Google-Facebook, “em busca de um modelo de negócios economicamente sustentável”.
A expectativa dos especialistas, incluindo Ken Doctor, é a de que o proprietário da GateHouse, o New Media Investment Group, adquira a Gannett, e não o contrário. Não está claro se haverá muitas demissões – em geral, as consolidações representam também cortes, já que os publishers combinam funções corporativas e editoriais, como design e impressão. Desde 1º de janeiro de 2019, a Gannett e a GateHouse cortaram mais de 600 posições.
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