A AzMina, segundo a Abraji, publicou reportagem sobre os procedimentos para a realização de aborto legal no Brasil e no mundo, e reproduziu recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prática de aborto seguro. Em seu perfil virtual, a publicação relata que foram divulgados endereços e dados da equipe por pessoas contrárias à reportagem, além de ameaças e processos judiciais. "AzMina faz jornalismo porque acredita que a informação pode salvar vidas e lutar contra o machismo", informou a publicação, conforme o site GaúchaZH.
Além dos comentários das duas contas de direita em redes sociais, peças de desinformação sobre a reportagem e a revista ampliam o assédio digital contra a redação de AzMina, de acordo com a Abraji. Alguns perfis disseminam a imagem e o perfil da repórter que assina o texto, com comentários sobre sua vida privada e ofensas, relatou a Abraji.
A ministra Damares, por sua vez, afirmou ainda que deu “encaminhamento à denúncia” sobre o caso às autoridades. A assessoria de imprensa do ministério informou que a ministra encaminhou o caso ao Ministério Público Federal para que o órgão apure se a reportagem incorre em algum crime.
A Abraji repudiou o assédio digital aos jornalistas e pediu aos Ministérios Públicos Federal e paulista que não deem seguimento a eventuais representações criminais contra as profissionais e a revista, “em cumprimento a seu papel de salvaguardar a liberdade de expressão”.