O Facebook estaria disposto a pagar pelo direito de licenciar matérias inteiras, manchetes e prévias de artigos de agências de notícias, de acordo com o jornal norte-americano, em contratos de licenciamento com duração de até três anos. Entre as empresas abordadas pelos representantes do Facebook estão a ABC News, da Disney, The Washington Post, Bloomberg e Dow Jones, segundo reportagem do The Wall Street Journal.
A rede social não comentou, mas confirmou à CNBC que está trabalhando em uma guia de notícias para ser lançada entre setembro e dezembro deste ano.
Vigilância
O The Wall Street Journal também informou esta semana a possibilidade de o FBI endurecer suas investigações sobre Facebook e Twitter, em um avanço do órgão que quebra com a autonomia das duas empresas, que têm como regra a proibição do uso de informações de seus usuários para fins de vigilância.
O FBI, segundo o The Wall Street Journal, está buscando propostas de empresas externas para recolher grandes quantidades de dados do Facebook e do Twitter e identificar "ameaças aos Estados Unidos e seus interesses". Para o FBI, as novas investigações podem ocorrer "garantindo toda a privacidade e liberdades civis", segundo a proposta publicada em seu site.
A iniciativa do FBI estaria, na visão de observadores, dentro de uma grande ação promovida pelo presidente norte-americano Donald Trump que, em reação aos massacres do último fim de semana nos Estados Unidos, orientou agências de segurança pública em nível local, estadual e federal a trabalhar com a grande tecnologia “para desenvolver ferramentas que possam detectar atiradores em massa” antes que eles ataquem.
Trump, porém, é uma das principais vozes dos grupos de direita nas críticas às mídias interativas. O presidente tem repetido que as empresas de tecnologia – que nos últimos meses passaram a banir conteúdo extremista – censuram a direita dos Estados Unidos.
Autoridades disseram ao site Politico que a Casa Branca está redigindo uma ordem executiva para lidar com o suposto preconceito como parte de um esforço para neutralizar as “fossas liberais do veneno” no Twitter e em outros cantos da web, relatou a revista Vanity Fair. "O presidente quer um pouco de justiça no sistema", disse uma fonte. Em julho, Trump prometeu "explorar todas as soluções reguladoras e legislativas para proteger a liberdade de expressão”.
Fraude em anúncios
Em pararalelo, o Facebook entrou com uma ação judicial contra dois desenvolvedores de aplicativos por fraude em anúncios pela primeira vez desde que a rede social foi fundada. A empresa acusa seus parceiros de falsificação do número de cliques em publicidade na rede social. Os desenvolvedores, informou o Facebook, instalaram malware no telefone de usuários para gerar cliques falsos.
A receita dos cliques era então direcionada para as agências criadoras do conteúdo publicitário, a LionMobi de Hong Kong e a JediMobi de Cingapura. Estimativas calculam perdas anuais entre US$ 6,5 bilhões e US$ 19 bilhões com fraudes em anúncios digitais, cuja maior parte dos investimentos (algo como 60%) fica nas mãos de Facebook e Google, segundo a consultoria eMarketer.
Leia mais em:
https://itmidia.com/facebook-processa-desenvolvedores-por-fraude-em-plataforma-de-anuncios/
https://www.theguardian.com/technology/2019/aug/08/facebook-news-tab-stories-industry-millions
https://techcrunch.com/2019/08/06/facebook-clickjacking-ad-fraud-suit/