Jornalistas dos principais meios de comunicação britânicos abandonaram uma entrevista coletiva convocada nesta segunda-feira (03) pelo governo do Reino Unido depois que assessores do primeiro-ministro Boris Johnson impediram a participação de alguns veículos no encontro, entre eles os sites Huffington Post e PoliticsHome, os jornais The Mirror, The Independent e inews e a agência de notícias Press Association.
O governo havia convidado jornalistas de cerca de 12 organizações, incluindo Financial Times, The Sun, BBC, The Guardian e Daily Telegraph, para comparecer a um encontro onde seriam transmitidas “informações técnicas” sobre os planos comerciais de Johnson depois do Brexit, informou o jornal O Globo. Profissionais que habitualmente comparecem a esses encontros, mas não tinham recebido o convite, também apareceram. Eles puderam entrar na sede do governo em Downing Street, mas, em seguida, tiveram o acesso barrado à entrevista coletiva, após Lee Cain, um dos mais experientes assessores de Johnson, ler uma lista de quem poderia participar do encontro, segundo o jornal do Rio de Janeiro.
Após o anúncio, todos os jornalistas — incluindo Laura Kuenssberg, da BBC, e Robert Peston, da ITV, dois dos mais conhecidos jornalistas do Reino Unido — também deixaram a sala, em solidariedade aos colegas, relatou O Globo. Perguntado sobre por que barrara alguns meios de comunicação, Lee Cain respondeu que “nós recebemos para informar quem quer que nós queiramos, quando quer que queiramos”.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o governo britânico informou que realiza eventos abertos a todos os jornalistas duas vezes por dia, mas que tem o direito de restringir a entrada em casos específicos. O jornal paulista relatou que, segundo a imprensa britânica, a tradição é que a restrição só aconteça em casos de eventos de natureza política.
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