CONJUR – 31/03/2019

Ditadura, ditabranda, revolução ou golpe. Na China, em Cuba, na Rússia ou no Brasil, as viradas de página da história, em perspectiva, são pratos servidos à la carte. Ao gosto do freguês. O aniversário do golpe de 64, sob o governo Bolsonaro, evoca reflexões.

Mas nada como os fatos (Sua Excelência, o fato, como dizia Ulysses Guimarães), para envergonhar os mais entusiasmados. Esta “edição histórica” da revista Manchete, agride as crenças do Flamengo e do Fluminense. Ela mostra, por exemplo, que a maioria dos protagonistas políticos de então apoiou a derrubada do governo João Goulart. Mas ela não esconde que foi um golpe.

O que aconteceu depois, só os mais velhos lembram. A ala liberal gosta de lembrar que ao impedir o bloqueio do comunismo (ou algo parecido) impediu que o Brasil se tornasse uma Cuba. Mas não gosta de admitir que os militares devolveram o poder aos civis quando a inflação beirava os 80% ao mês. A perversidade do autoritarismo é interpretada como necessidade por bolsonaristas ou como falta de humanidade por seus antagonistas.

Seja o que for, um passeio pelas páginas da Manchete ajuda a entender melhor o que foi o 31 de março de 1964 (que, na verdade, aconteceu no dia 1º de abril).

Clique ABAIXO para ler a edição histórica.

https://www.conjur.com.br/dl/manchete-abr1964.pdf